Nissan enfrenta dificuldades financeiras desde a saída de Carlos Ghosn.

Honda e Nissan anunciam intenção de fusão.

As montadoras japonesas Honda e Nissan anunciaram que estão negociando uma fusão para recuperar espaço no mercado de veículos elétricos, atualmente dominado pela Tesla e pelos fabricantes chineses.

A operação criaria a terceira maior fabricante de automóveis do mundo, com potencial para acelerar a expansão no segmento de carros elétricos e veículos autônomos das duas marcas.

A princípio, as empresas planejam estabelecer uma “holding única” e listá-la na Bolsa de Tóquio, até agosto de 2026.

A Mitsubishi Motors, controlada majoritariamente pela Nissan, decidirá até o final de janeiro se integrará a nova aliança.

O acordo de fusão, previsto para ser concluído em junho de 2026, não deve ocorrer em condições de igualdade.

A Honda terá o direito de nomear o CEO do conglomerado, enquanto o conselho de administração será composto, em sua maioria, por executivos da empresa.

Com dificuldades para enfrentar a concorrência as duas montadoras – respectivamente segunda e terceira maiores do mercado japonês – buscam reagir as significativas no setor automotivo e na demanda dos consumidores.

A situação é difícil na China, onde montadoras locais, como a BYD, estão em ascensão, impulsionadas pela demanda por veículos elétricos. Em 2022, a China ultrapassou o Japão como maior exportador de automóveis.

Presidente da Nissan, Honda e Mitsubishi que não decidiu se irá participar da fusão entre a Nissan e a Honda.

Nissan em crise

De acordo com a agência Kyodo News, a fusão pode permitir que as empresas compartilhem instalações de produção.

Contudo, a Nissan enfrenta grandes dificuldades financeiras, com uma queda de 93% no lucro líquido no primeiro semestre e o anúncio recente de cortes de milhares de empregos.

O CEO da Honda, Toshihiro Mibe, enfatizou que a aproximação não é um resgate e condicionou a fusão à conclusão do plano de reformas da Nissan, que visa uma “recuperação em forma de V”.

As duas empresas haviam firmado, em março, um acordo preliminar para explorar uma aliança em aplicações e componentes para veículos elétricos, com a Mitsubishi Motors aderindo à parceria em agosto.

A Nissan também tem lidado com o impacto de escândalos como a prisão de seu ex-CEO Carlos Ghosn em 2018, por acusações de desvio de recursos.

Morando no Líbano, Ghosn afirmou que o movimento de aproximação com a Honda é reflexo de um “modo pânico” por parte da Nissan.

Recentemente, a Honda Japão negou a possibilidade de fusão.

Honda e Nissan anunciam intenção de fusão.

COMPARTILHAR

3 Comentáros