Entidade destacou os US$ 24,1 bilhões enviados pelas matrizes das montadoras na última década para socorrer filiais no país.

Emplacamento de automóveis apresentou queda de 3,2% em janeiro devido à implementação do novo sistema.

São Paulo – SP

A Anfavea apresentou nesta quinta-feira seu relatório mensal de produção e exportação do setor.

As exportações de janeiro 2019 a janeiro 2020,  apresentaram queda de 20%, tendo a crise Argentina como principal responsável pelo resultado.

Máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviárias apresentaram queda de -5,9%.

Veículos híbridos e elétricos representam 0,5% das vendas e devem aumentar a participação em 2020, com a produção de 600 unidades/mês do Toyota Corolla híbrido no Brasil e demais modelos que estão sendo importados.

O Toyota Corolla híbrido tem cerca de 30 dias de fila de espera, após o aumento de R$ 5.000,00 no preço em janeiro.

Os automóveis com câmbio automático representam hoje em 49% dos automóveis produzidos no país.

ANOS 2010

“Os anos 2010 foram um teste sem precedentes à resiliência da indústria automotiva nacional, e a década de 2020 dá todos os sinais de que será a mais disruptiva na história do nosso setor e da mobilidade”, afirmou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Todos os indicadores da década passada revelam um tombo sem igual nas vendas e na produção a partir de 2015. Os números do Banco Central do Brasil mostram que sem o socorro das matrizes, muitas montadoras poderiam sucumbir à longa recessão da segunda parte dos anos 2010.

No total, houve um ingresso líquido de US$ 24,1 bilhões para que os fabricantes conseguissem investir em produtos, tecnologias e modernizações, mesmo numa fase de grandes prejuízos.

Segundo Moraes, os números contrastantes de faturamento e investimento indicam que as montadoras honraram seus compromissos de reduzir as emissões, melhorar a eficiência dos motores, e ao mesmo tempo aumentar o nível de segurança, comodidade e conectividade de seus produtos.

“Vale ressaltar que absorvemos a queda de produção tentando preservar os empregos em nossas fábricas na medida do possível. A redução das vagas em nosso setor foi muito menor do que o tombo do mercado.”Além de uma grande recessão, a indústria nacional enfrentou desafios comuns a todo o setor automotivo global, que é a mudança dos hábitos de consumo de mobilidade.

De acordo com levantamento da Anfavea, o Brasil já tem 253 aplicativos de transporte, fenômeno que impacta a forma de venda de veículos.

Um exemplo dessas mudanças são as Vendas Diretas, que pouco sofreram nos anos de depressão do mercado, e hoje representam 37% dos licenciamentos de veículos leves no País, excluídas daí as vendas PcD (uma venda varejo com isenções, que por lei é considerada uma espécie de faturamento direto).

Dentre os vários segmentos de Venda Direta, as locadoras lideram, com quase 20% do mercado total. “Várias empresas terceirizam suas frotas, muitos motoristas de aplicativos usam carros de locadoras, e assim esse canal de vendas torna-se fundamental para o setor automotivo”, explica o presidente da Anfavea.

Na visão de Moraes, a década que se passou deixa várias lições para que a indústria e o Brasil enfrentem os grandes desafios dos próximos 10 anos. “Há muito espaço para melhorar as formas de financiamento de veículos, aumentar a competitividade, ampliar as exportações e explorar o potencial criativo da indústria instalada no país.

Anfavea divulga relatório

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