A empresa é a maior indústria do Estado da Amazônia e detém cerca de 80% do mercado de motocicletas no país
Amauri Teruo Yamazaki: de Manaus – AM
Há 40 anos, durante o governo do presidente Ernesto Geisel, a Moto Honda da Amazônia dava início às suas operações no Brasil, com implementação da fábrica de motocicletas em Manaus. Na época, não havia fornecedores de peças que pudessem atender a empresa em um local tão distante do principal polo industrial do país, que estava localizado em São Paulo. Com isso, a empresa teve de fabricar praticamente quase todas as peças que seriam utilizadas nas motocicletas, e enfrentar inúmeras dificuldades de logística em um local tão distante, dos principais centros de consumo.
De acordo com a empresa, até hoje foram produzidas mais de 22 milhões de produtos entre motocicletas, scooters e motores de força, e a fábrica conquistou o mérito de ser a maior fábrica de motocicletas da Honda do mundo.
Atualmente, a unidade de Manaus é responsável pela fabricação de 26 modelos de 110 a 1000 cilindradas, além de quadriciclos e motores estacionários (geradores). A Honda opera um complexo sistema de produção que inclui o desenvolvimento de ferramentas e dispositivos necessários para a fabricação de veículos duas rodas. Com isso, a cada 15 segundos, uma motocicleta deixa a linha de produção da empresa. A convite da montadora estivemos na linha de produção da fábrica em Manaus, e é impressionante observar todo o processo.
A Honda conquistou a liderança absoluta no segmento de motocicletas devido à ousadia e a dedicação de diferentes gerações de colaboradores, que fizeram da Honda, a melhor fabricante brasileira de motocicletas do país, com a melhor assistência técnica e o melhor valor de revenda.
A Honda iniciou as suas atividades em 1971 com a importação e distribuição de motocicletas. Em 1973 iniciou também a importação de produtos de força. Em 1975 o governo militar vetou a importação de motocicletas, com o objetivo de incentivar a fabricação local, e aí a empresa decidiu instalar a sua fábrica na Zona Franca de Manaus, que oferecia incentivos fiscais para as indústrias que se lá se instalassem.
Em 1981 nascia o Consórcio Honda para facilitar o acesso da população às motocicletas da marca. A empresa se tornou a maior administradora de consórcio do mundo, com mais de 1,8 milhão de clientes ativos e mais de 13 milhões de cotas vendidas em todo o País.
Em 2009 a primeira motocicleta bicombustível do mundo, a CG 150 Titan, é produzida na fábrica de Manaus.
Em 2010 a Moto Honda inaugurou uma nova linha de produção, que utiliza o que há de mais avançado em relação ao uso racional de recursos energéticos e amplia a capacidade de produtiva da fábrica de motocicletas.
Em 2014 a Honda atinge o marco de 20 milhões de motocicletas produzidas no País e inauguração uma Clínica de Especialidades Médicas nas dependências da fábrica. A nova estrutura possui instalações e equipamentos modernos para exames e atendimento a diversas especialidades como cardiologia, oftalmologia, ortopedia, entre outros. A CG 150 Titan CBS 2015 torna-se modelo pioneiro no mundo a utilizar sistema de freios CBS, equipamento, que traz mais segurança de frenagem.
Em 2016 a fábrica de motos da Honda em Manaus chega aos 40 anos. A empresa teria motivos para comemorar, não fosse à retração do mercado de duas rodas, cujas vendas em queda desde 2012 derrubaram pela metade a produção do setor. Longe de seu recorde anual de 1,45 milhão de motocicletas em 2011, a Honda montará este ano menos de 800 mil unidades no Amazonas. O momento difícil do mercado acabou forçando a empresa a investir na produção própria de componentes que estavam sendo produzidos pelos fornecedores. A Honda voltou a fundir ela própria o alumínio utilizado para a produção dos motores e rodas e também passou a fabricar os tubos de aço empregados na fabricação dos chassis. Isso exigiu um investimento de R$ 75 milhões.
Para o diretor comercial da Moto Honda, Alexandre Cury, alguns segmentos têm sido menos afetados pelo momento atual. Um deles é o de scooter, que está trazendo clientes que utilizam ou utilizavam automóveis.
EXPORTAÇÃO
Muitos perguntam porque com a retração do mercado interno a Moto Honda da Amazônia não exporta mais os seus produtos, já que o câmbio nos últimos meses está na faixa de R$ 3,40. Segundo o diretor executivo da Honda, Paulo Shuiti Takeuchi, o custo Brasil e as dificuldades de logística, fazem com que os produtos feitos no país não tenham competividade mesmo com um câmbio a R$ 4,50.
A legislação de emissões de poluentes no Brasil é similar à europeia, o que faz com as motos produzidas aqui tenham alto índice tecnológico para poluir menos e isso reflete no preço.
HONDA CG
A moto que fez a Honda atingir a liderança disparada do mercado foi a CG 125, que já evoluiu para 150, depois 160 cc, e chegou a 11,3 milhões de unidades fabricadas. Para se ter uma ideia, foram produzidos até hoje cerca de 6 milhões do VW Gol e 3,2 milhões Fiat Uno.
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