Bia é a primeira mulher a pilotar na TCR South America.

Bia Figueiredo na TCR South America.

Depois de quebrar muitas barreiras no automobilismo brasileiro e até mundial, numa carreira de 28 anos, Bia Figueiredo (36) passou a ser, neste último domingo (16/12), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, a primeira mulher a pilotar um carro da TCR South America, categoria turismo com diversos modelos idênticos externamente aos carros de ruas, que teve o seu primeiro campeonato disputado no Brasil, no Uruguai e na Argentina no ano passado, decidido na oitava e última etapa de 14 corridas.

Convidada por Nonô Figueiredo, chefe de equipe da Cobra Racing Team, Bia fez um teste no Audi RS3 LMS TCR, com motor 2 litros, quatro cilindros e 350 cavalos de potência máxima.

Primeira brasileira a correr em uma categoria top do automobilismo mundial, a F- Indy, onde foi também a nossa única representante a fazer parte do grid da tradicional e famosa 500 Milhas de Indianápolis, corrida em que chegou a largar na 12ª posição, Bia Figueiredo ficou feliz com o fato de ser a primeira mulher a pilotar um TCR South America.

Convite

“Este foi um convite do Nonô que veio em boa hora. É claro que quando se tem essa oportunidade, há interesses em comuns de fazer algo juntos. Conheço muito bem o Maurício Slaviero, que comanda essa categoria no Brasil. Desde que ele trouxe a TCR South America, a gente vem conversando para eu participar nela porque tenho muita vontade que esse projeto aconteça com o próprio Nonô e num Audi RS3. Mas desse primeiro teste a uma real efetivação tem um quebra-cabeça de acertos externos e um bom caminho pela frente. Mas gostaria muito de se tornar também a primeira mulher a correr nesta importante disputa sul-americana”, adiantou Bia Figueiredo, que no ano passado, retornando de uma gravidez praticamente consecutiva e inesperada do segundo filho, Matheus.

Bia Figueiredo. Foto: Renato Maia

Quanto à sua adaptação ao Audi RS3 TCR South America, Bia comentou que teve uma certa dificuldade no início por ter tração dianteira.

Tração dianteira

“Confesso que estou muito acostumada a pilotar carros com tração traseira. Assim, logo nas primeiras voltas senti que não seria fácil me acostumar com um carro liderado pela frente. Como você não tem a tração traseira para ajudar, ele acaba sempre saindo das curvas um pouco mais de frente. Mas quando a gente se acostuma a deixar a traseira um pouco mais solta, você sente que o carro rotaciona melhor todas as rodas, até pelos acertos de suspensão, de asas e de calibragens de pneus que eu e a equipe fomos executando”, explicou Bia.

Desde que ingressou nas categorias mais competitivas do nosso automobilismo e mundial, Bia Figueiredo sente que foi uma certa inspiração para o crescimento no número de mulheres pilotos em nosso país, com boa representatividade atualmente até no exterior. “Acho isso sensacional – lembrou — porque, na verdade, sempre lutei na minha carreira por igualdade, seja homem ou mulher, que todos sejam competentes e capazes.

Mas acredito que o alicerce ainda maior é a própria mudança social da mulher em todo o mundo”, disse Bia Figueiredo.

Bia disputou a Stock Car de 2014 a 2019 e, de agora em diante, com seus 36 anos, pretende voltar a fazer temporadas inteiras novamente. E quem torce para ela fazer este ano a primeira completa na TCR South America é o próprio Nonô Figueiredo.

 

Bia Figueiredo na TCR South America.

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