Parceria foi firmada com a Shell Brasil, Raízen, Hytron e Senai para testes com hidrogênio a partir de etanol.

Toyota do Brasil firma parceria para testes com hidrogênio renovável.

A Toyota do Brasil anunciou um importante passo na redução de emissão de carbono no Brasil. Em uma parceria com a Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT, a Toyota irá contribuir para um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que visa produzir hidrogênio (H2) renovável a partir do etanol.

A princípio, a companhia vai oferecer o Mirai, o primeiro carro de série movido à célula de combustível (Fuel Cell Eletric Vehicle) para testes sobre a performance do veículo movido a hidrogênio.

Toyota do Brasil

“O Brasil tem potencial para ser o protagonista internacional com a descarbonização da frota. Por isso, a Toyota vem investindo, desde o Prius em 1997, em soluções que são práticas e sustentáveis. Uma delas é a tecnologia híbrida-flex produzida aqui no Brasil nas nossas plantas de Indaiatuba e Sorocaba, desenvolvida para o mercado brasileiro em uma parceria com o Japão, e que se tornou líder o mercado de eletrificados. Em um país com forte vocação para biocombustíveis, temos opções prontas para incentivar a economia neste período de transição para uma futura agenda neutra em carbono. Agora, com o Mirai abastecido com hidrogênio produzido de uma fonte 100% renovável, como o etanol, o futuro do Brasil pode ser cada vez mais verde”, destaca Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

Com um investimento de cerca de R$ 50 milhões da Shell Brasil, o projeto de P&D também pretende calcular a pegada de carbono do ciclo ‘campo à roda’, ou seja, mensurar as emissões de CO2 na atmosfera, desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo.

“O objetivo desse projeto de P&D inovador é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, destaca Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.

O veículo será entregue, ainda neste primeiro semestre, ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP, criado em 2015, com financiamento da FAPESP e da Shell, que desenvolve a pesquisa.

Além do Toyota Mirai, o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP.

Shell, Raízen, Hytron, USP e SENAI

A Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e o SENAI CETIQT assinaram um acordo de cooperação, em setembro de 2022, para desenvolvimento de plantas de produção de hidrogênio renovável (H2) a partir do etanol.

Bem como, a parceria tem como foco a validação da tecnologia através da construção de uma planta para produzir 4,5 kg/h de hidrogênio e início de operação no primeiro semestre de 2024. A estrutura será instalada no campus da USP, na cidade de São Paulo.

O objetivo do projeto de P&D é demonstrar que o etanol pode ser um vetor para a produção de hidrogênio, contribuindo para a descarbonização de setores da indústria.

O hidrogênio renovável será produzido com o etanol fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, que pertence ao grupo alemão Neuman & Esser Group (NEA Group), com suporte do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT, com financiamento da Shell Brasil.

Pioneirismo e sustentabilidade

A contribuição da Toyota ao projeto faz parte de um conjunto de esforços da companhia no cumprimento de metas ambientais, previstas no seu Desafio Ambiental 2050.

Nesse sentido, a Toyota desenvolveu quatro tecnologias de eletrificação para reduzir emissões de maneira mais eficiente, de acordo com as necessidades dos clientes.

No Brasil, a montadora é líder de mercado híbrido-flex, tecnologia que combina a alta eficiência do motor elétrico com a importante redução das emissões de carbono do motor flex movido a etanol, com mais de 54 mil unidades vendidas desde 2019.

Toyota Mirai

O Mirai é um carro elétrico em sua essência, mas que não utiliza recarga elétrica externa, pois é movido por meio de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. Assim funciona um FCEV (Fuel Cell Eletric Vehicle).

O hidrogênio é armazenado em tanques enquanto o oxigênio vem de fora do carro. A mistura causa uma reação química, liberando energia, que é transformada em eletricidade, que carrega uma bateria que, por fim, alimenta o motor elétrico.

Como resultado, um veículo 100% livre de CO2, com autonomia estimada em 600 km e que emite apenas vapor d’água pelo escapamento.

O hidrogênio é uma das grandes promessas para a descarbonização do planeta. Além de ser potencialmente inesgotável por ser o elemento mais abundante no universo.

Toyota do Brasil firma parceria para testes com hidrogênio renovável.

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